segunda-feira, 31 de março de 2008

“Nothing in life is to be feared. It is only to be understood.”
“Nada na vida deve ser temido. Só deve ser compreendido.”

Famosa cientista , Marie -Curie (1867-1934)

Projeto Tamar


História :
Até o final da década de 70 nenhum trabalho de conservação marinha

As tartarugas marinhas já haviam sido incluídas numa lista de espécies ameaçadas de extinção, mas estavam desaparecendo rapidamente por causa da captura incidental em atividades de pesca, da matança das fêmeas e da coleta dos ovos na praia. Houve reação e denúncias, inclusive com repercussão internacional.
1976 a 1978
Primeiras expedições a Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Abrolhos .O objetivo era desbravar áreas marinhas remotas, denunciar a degradação e alertar para a necessidade de conservação. Entre os realizadores dessas primeiras expedições, a maioria estudantes de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande, estavam aqueles que integrariam, anos depois, a primeira equipe do Projeto TAMAR.

1980
Criação do Projeto TAMAR .O IBDF criou o Projeto TAMAR com o objetivo de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil. Como primeira ação, foram enviados questionários a prefeituras, universidade, delegacias regionais do IBDF e colônias de pescadores, de todas as localidades, do Oiapoque ao Chuí. Pesquisadores levaram dois anos percorrendo o litoral brasileiro para a identificação das espécies, locais de desova, período de desova e os principais problemas relativos à exploração.

1981
Caravana Rolidei. A equipe se auto-intitula “Caravana Rolidei”, inspirada no filme By By Brasil, de Cacá Diegues, premiado no Festival de Cannes. A Caravana realiza as primeiras iniciativas de conscientização das comunidades e registra as primeiras imagens de uma tartaruga marinha em comportamento de desova no Brasil.

1982
Monitoramento da temporada reprodutiva nas três primeiras bases .Depois de identificados os principais pontos de desova, o trabalho de conservação começou pela Bahia (Praia do Forte), Espírito Santo (Comboios) e Sergipe (Pirambú). No dia 18 de janeiro, o TAMAR marca uma tartaruga marinha pela primeira vez no Atol das Rocas.

1983
Primeiro patrocínio da Petrobrás. Os próprios oceanógrafos procuraram a Petrobrás, no Rio de Janeiro, apresentando todo o levantamento já feito, o trabalho em curso, função e objetivos do Projeto. A empresa adotou a idéia e passou a abastecer os jeeps. Depois, contratou três pescadores, os estagiários, e nunca mais os laços entre o TAMAR e a Petrobrás se desfizeram.

1988
Criação da Fundação Pró-TAMAR. Aliada imprescindível, a Fundação é uma entidade sem fins lucrativos criada para apoiar o trabalho de conservação das tartarugas marinhas, responsável por parte das atividades na área administrativa, técnica, científica, pela captação de recursos junto à iniciativa privada e agências financiadoras, e pela gestão do programa de auto-sustentação.

1990
Criação do Centro TAMAR-ICMBio e da primeira Confecção Pró-TAMAR, em Regência/ES

1992
1 milhão de filhotes protegidos e liberados ao mar .
1995
2 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar.
1999
3 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar.
2000
4 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar.
2003
5 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar2005: 7 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar.
2007
8 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar.

Missão:
A missão é proteger as tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, através da geração de alternativas econômicas sustentáveis.
O TAMAR surgiu com o objetivo de proteger as tartarugas marinhas. Com o tempo, porém, percebeu-se que os trabalhos não poderiam ficar restritos às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizassem a questão social, reduzindo assim a pressão humana sobre as tartarugas marinhas.
As atividades são organizadas a partir de três linhas de ação: Conservação e Pesquisa Aplicada, Educação Ambiental e Desenvolvimento Local Sustentável, onde a principal ferramenta é a criatividade. Desde o início, tem sido necessário desenvolver técnicas pioneiras de conservação e desenvolvimento comunitário, adequadas às realidades de cada uma das regiões trabalhadas. As atividades estão concentradas em 22 bases, distribuídas em mais de 1100 km de costa.
Assim, sob o abrigo da proteção das tartarugas, promove-se também a conservação dos ecossistemas marinho e costeiro e o desenvolvimento sustentável das comunidades próximas às bases - estratégia de conservação conhecida como “espécie-bandeira” ou “espécie-guarda-chuva”.
Essas atividades envolvem cerca de 1200 pessoas, a maioria moradores das comunidades, e são essenciais para a proteção das tartarugas marinhas, pois melhoram as condições do seu habitat e reduzem a pressão humana sobre os ecossistemas e as espécies.

Conservação e Pesquisa Aplicada:
Desde a sua criação, o Projeto TAMAR investe recursos humanos e materiais para adquirir o maior conhecimento possível sobre a biologia das tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, priorizando pesquisas aplicadas que resolvam aspectos práticos para a conservação desses animais. Conhecidos pela grande capacidade migratória, com um ciclo de vida de longa duração, as tartarugas ainda são um mistério para pesquisadores do mundo inteiro.
Nas áreas de desova, 1.100 km de praias são monitorados todas as noites durante os meses de Setembro a Março, no litoral, e de Janeiro a Junho, nas ilhas oceânicas, por pescadores contratados pelo TAMAR, chamados tartarugueiros, estagiários e executores das bases. São feitas marcação e biometria das fêmeas, contagem de ninhos e ovos. A cada temporada, são protegidos cerca de quatorze mil ninhos e 650 mil filhotes.
Nas áreas de alimentação, o monitoramento é quase todo realizado no mar, muitas vezes junto às atividades pesqueiras. Os pescadores são orientados a salvar as tartarugas que ficam presas nas redes de espera, cercos e currais.
(Isabela)

quarta-feira, 26 de março de 2008

Projeto Tamar (2)

Vídeo em forma de jornal animado, que explica um pouco sobre o projeto Tamar .



(Marina)

Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne


A descrição mais completa e acurada da Distrofia Muscular foi feita por Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne (1806-75), em 1868. Desde então a doença passa a ser conhecida como Distrofia pseudo hipertrófica ou Distrofia Muscular de Duchenne (DMD).

Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne
Antes, outros médicos haviam descrito a doença entre eles o cirurgião escocês Charles Bell. O médico inglês Edward Meryon descreveu os achados microscópicos dos meninos afetados em exames pós-mortem.
Em 1858, Duchenne documentou o caso de um menino de 9 anos que perdeu a capacidade de andar devido à uma doença muscular. Em 1868 publicou 13 casos e fez inúmeras observações importantes em relação a sinais e sintomas e ao fato de que a deterioração intelectual pode fazer parte da clínica da doença. Também através de suas observações concluiu-se que a patologia era transmitida por herança, afetando principalmente meninos. De forma errada, Duchenne sempre acreditou que a doença decorria de alterações no Sistema Nervoso.
Ernest Leyden sugere que as distrofias herdadas devem ser classificadas em categorias separadas daquelas consequentes à lesão dos nervos.
William Erb foi o primeiro a tentar diferenciar os vários tipos de distrofias, classificando-as segundo a idade de início. Erb teorizava, erroneamente, que a DMD era causada por nutrição inadequada.
Em 1879, o neurologista inglês William Gowers descreveu o modo como os meninos afetados pela DMD tentavam se levantar. Esta manobra passou a ser conhecida como “sinal de Gowers”.
Nos anos 50 houve importantes progressos, incluindo a fundação da Associação de Distrofia Muscular e um estabelecimento de uma classificação mais fidedigna da distrofia muscular. Esta classificação foi alterada em 1957 por P.E. Becker, que descreveu uma variante menos severa de DMD e que levou o seu nome.
Em 1986, com a técnica de DNA recombinante descobre-se que um gene, quando defeituoso, causa a Distrofia Muscular de Duchenne e Becker. Em 1987 é identificada a ausência ou diminuição de uma proteína denominada distrofina nos meninos afetados.
(Marina)

Afinal, o que são células-tronco?

Perquntas e respostas sobre Células tronco.


1 - Como e quando foram descobertas as células-tronco, isto é: como descobriram que elas geram qualquer tipo de célula? Qual a função delas? Elas são todas iguais? Que tipo de doença pode ser tratada usando-se essas células? As células-tronco (CTs) adultas foram identificadas primeiramente por hematologistas interessados em melhorar os resultados dos transplantes no tratamento de leucemia. Em 1988, a utilização do sangue de cordão umbilical ou placenta curou uma criança leucêmica na França e constituiu a primeira cura com células-tronco adultas. Catherine Verfaille, em 1998, identificou as células-tronco na medula óssea (MO), estudando sua translocação do fígado e do baço para os ossos na circulação fetal e justificando a presença dessas células na placenta/cordão umbilical. Aqui no Brasil, Radovan Borojevic, que há 20 anos vem estudando a MO também com a finalidade de melhorar a aceitação nos transplantes medulares, foi pioneiro em utilizar o autotransplante de medula no tratamento do infarto do miocárdio em humanos, após verificar os resultados positivos obtidos experimentalmente em ratos por sua colaboradora, Masako Masuda. É discutível o que ocorre com as CTs autotransplantadas da MO nos órgãos lesados. Rosalia Mendes-Otero diz que estamos ainda na fase de alquimia, pois desconhecemos os processos celulares e moleculares que estão ocorrendo na medicina regenerativa. Têm-se acumulado informações de que as CTs produzem proteínas ou outros fatores que estimulam as CTs que se encontram nos órgãos (chamadas de “células progenitoras”), fazendo-as se multiplicar e gerando novas progenitoras, que se diferenciam e substituem as células que morreram na doença degenerativa. Assim, sabe-se que o fator denominado Notch-1 estimula as CTs da musculatura estriada (chamadas de “células satélites”), recompondo a massa muscular perdida. Isso é muito interessante, pois, sabendo-se quais são os fatores que agem sobre as células progenitoras que se encontram nos órgãos lesados, pode-se dispensar o transplante de CTs adultas ou embrionárias. Nance Nardi afirma que todos os órgãos possuem CTs que seriam resquícios de CTs embrionárias e as chama de CTs "embryo-like". Elas já foram identificadas, por exemplo, no coração. Esse órgão perde, todo mês, 94 mil fibras, que são repostas pelas CTs progenitoras de cardiomiócitos. Ainda não se sabe se elas geram qualquer tipo de célula, mas, sim, que existem CTs progenitoras em todos os órgãos e que todas têm a mesma morfologia: núcleo denso, grande ou pequena quantidade de citoplasma (relação núcleo—citoplasma grande) e são responsáveis pela manutenção de todos os nossos órgãos, pois perdemos trilhões de células por dia em todos eles.


2 - Quais seriam as principais fontes de células-tronco que poderiam ser citadas e como são armazenadas após a coleta? Como as células-tronco são implantadas e agem no organismo? E como podemos ter certeza de que elas serão duradouras? Para fins terapêuticos, atualmente utilizamos CTs encontradas na medula óssea, que, no autotransplante, são retiradas da bacia do paciente (sendo necessárias umas 150 perfurações) e, por cateterismo, introduzidas na região lesada (depois de filtradas para se retirarem os pedaços de ossos e selecionadas por centrifugação). Também podem ser usadas as células retiradas de cordão umbilical ou placenta, que, como têm pequena capacidade de gerar respostas imunológicas adversas, podem ser empregadas no tratamento de doenças degenerativas; mas, como nossa miscigenação é muito grande (e a compatibilidade fica em torno de 1 em 1 milhão), seu uso fica restrito ao transplante aparentado, enquanto não dispomos de um número maior de CTs em bancos públicos.


3 - Nos últimos meses, a mídia divulgou algumas informações mal explicadas que acabaram criando uma impressão exagerada a respeito dos reais benefícios que se pode alcançar com o uso das células-tronco (por meio do desenvolvimento de técnicas). O que concretamente pode ser alcançado? Pode-se pensar na cura para o mal de Alzheimer? Há possibilidade de se produzirem células nervosas com células-troco de uma pessoa e, depois, usá-las em outra? Realmente, a mídia tem informado muito mal e com muito exagero e prometido muito com base em resultados que ainda não foram adequadamente avaliados.Por exemplo: haveria possibilidade de as células-tronco da medula óssea injetadas em um coração enfartado gerar ossos? A resposta é não, pois essas células são responsáveis pela reposição óssea no local em que normalmente os ossos se encontram. Por outro lado, em diabete, Alzheimer e Parkinson, existem causas que estão determinado a morte acelerada das células no pâncreas ou cérebro e nada garante que, se as causas não forem eliminadas, as células substitutas não morrerão logo também.


4 - Que esperanças uma pessoa que sofre de ELA — esclerose lateral amiotrófica —, paralisia, diabete, mal de Parkinson, mal de Alzheimer, problemas cardíacos, aplasia medular, síndrome de Down, distrofia muscular ou aids pode ter com os avanços dessas pesquisas?As pessoas devem ter consciência de que a terapia com células-tronco não é, de modo algum, algo que possa dar conta de todos os males. Ela trata anemia aplástica, infarto de miocárdio, mas não doenças que resultam de aneuploidia, como síndrome de Down; doenças auto-imunes, como ELA; e diabete, se não forem exterminadas as causas, eliminando-se completamente as células de memória do sistema imune. Quanto a Alzheimer e Parkinson, os neurônios são destruídos por proteínas citotóxicas, cujo aparecimento no cérebro se desconhece — assim, de nada adianta introduzir CTs, que serão mortas também por tais proteínas. Como se vê, existem doenças degenerativas que só podem ser curadas se for descoberta a causa da morte celular intensa.


5 - Guardar o cordão umbilical dos bebês pode ter alguma utilidade para eles no futuro? Sim. Conforme a doença que eles apresentarem, o cordão poderá servir em um autotransplante e curar essa enfermidade.


6 - Existem pessoas que já receberam células-tronco e se recuperaram de alguma doença? Cite algum exemplo. Sim. No Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, alguns pacientes com infarto do miocárdio saíram da fila do transplante. Também há um caso positivo de paciente com derrame cerebral e ainda bons resultados com pacientes chagásicos (na FioCruz, Bahia).


7 - Por que é tão importante fazer pesquisas com as células-tronco do tipo embrionário? Como elas são conseguidas? A retirada delas não prejudica o embrião? Por que há tanta discussão sobre esse assunto em relação à questão ética dessas pesquisas? Para se obterem as células-tronco embrionárias humanas, é preciso matar o embrião. Essas células são arrancadas mecanicamente, usando-se um microscópio. Essa discussão se deve ao fato de que o embrião humano é um ser humano vivo. E uma pessoa não deve ser congelada nem tão pouco assassinada. Está aí o problema ético, pois é um ser humano e único, que não deve ser reproduzido, senão poderíamos fazer como no livro Admirável Mundo Novo: produzir seres humanos de maneira a satisfazer nossas necessidades.


8 - Se um tratamento com células-tronco ou clonagem for feito errado, que danos pode causar à pessoa que recebeu as células? A utilização de células não- diferenciadas não poderia causar uma multiplicação desenfreada dessas células, havendo o risco de surgir um câncer, por exemplo? Atualmente, os tratamentos são feitos somente com CTs adultas e em estudo continuado, pois ainda não houve um acompanhamento por tempo suficiente para comprovar sua eficácia e se não produzem malefícios. Com CTs embrionárias, só se sabe de um relato desastroso na Rússia, em que foram injetadas na face e na cabeça de um paciente CTs embrionárias humanas com fins de rejuvenescimento. Duas semanas depois, a pessoa continuava com rugas, cabelos brancos e ainda com o rosto e a cabeça cheios de teratocarcinomas. Culturas desse tipo de célula têm apresentado crescimento, diferenciação anárquica e, depois de algum tempo, células com características cancerígenas.


9 - Qual a diferença entre terapia gênica e clonagem terapêutica? Na terapia gênica, introduzia-se no paciente o gene que faltava por meio de “adenovírus” contendo o gene de interesse. Ela teria sucesso se a doença fosse causada por alteração em apenas um gene, mas isso é raro. Não se sabe qual é a carga viral necessária, e tal terapia foi desastrosa. Em 1999, essa técnica foi proibida, pois a morte de um jovem de 18 anos no dia seguinte à aplicação revelou mais de 600 efeitos adversos, além de terem ocorrido umas 300 mortes não comunicadas com a desculpa de que se tratava de pacientes terminais. Como se vê, não se pode confiar na honestidade de cientistas. O jovem de 18 anos tinha vivido muito bem com a dieta adequada, não sendo necessária a terapia gênica, que o matou em decorrência de uma reação imunológica intensa causada pela sobrecarga de “adenovírus”, levando à falência múltipla dos órgãos.


10 - É possível gerar órgãos isoladamente em recipiente com células-tronco? Como? Esse é um dos objetivos da utilização de CTs, a chamada bioengenharia, proposta por Cohen e Leor. Alguns cientistas, usando CTs adultas de dentes de leite, estão tentando produzir novos dentes. Eles já tiveram sucesso com dentes de ratos: sobre um biopolímero em forma de dente, implantaram CTs. Em seguida, tal "mistura" foi colocada na mandíbula de um rato e, depois de alguns dias, cresceram alguns dentes.


11 - Como é feita uma clonagem? É possível clonar células-tronco? Na clonagem, é realizada uma transferência nuclear: um núcleo de uma célula adulta é retirado e colocado no lugar do núcleo de um óvulo (que também foi removido). Depois, é provocado um estímulo elétrico, e espera-se que o óvulo se desenvolva até a fase de blastócito para, então, implantá-lo no útero de uma fêmea. Essa experiência deu certo com ovelhas, camundongos, gatos e vacas, mas não com ratos, cachorros e primatas. Nos humanos, sabe-se que, para se ter um desenvolvimento correto, são necessárias proteínas trazidas pelo espermatozóide que orientam a divisão celular e a formação adequada do embrião (e, conseqüentemente, seu desenvolvimento). Ou seja, o espermatozóide não somente traz o DNA paterno, mas tem papel importante no desenvolvimento adequado do ser humano.

(Marina)

Hipótese de Gaia


A Hipótese de Gaia, também denominada como Teoria de Gaia, é uma tese que sustenta ser o planeta Terra um ser vivo. A hipótese foi apresentada em 1969 pelo investigador britânico James E. Lovelock, afirmando que a biosfera do planeta é capaz de gerar, manter e regular as suas próprias condições de meio-ambiente. Para chegar a essas conclusões, o cientista britânico, juntamente com a bióloga estadunidense Lynn Margulis analisaram pesquisas que comparavam a atmosfera da Terra com a de outros planetas, vindo a propor que é a vida da Terra que cria as condições para a sua própria sobrevivência, e não o contrário, como as teorias tradicionais sugerem. O nome Gaia é uma homenagem à deusa grega Gaia, da Terra.

Com o fenômeno do aquecimento global e a crise climática no mundo, a hipótese tem ganhado credibilidade entre cientistas.
(Marina)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Trecho Amazônico explorado há mais tempo tem 23 % de mata nativa



Dados apresentados nesta sexta-feira em Belém indicam que o pouco que está protegido, graças a reservas indígenas, está fragmentado.

O trecho da Amazônia explorado há mais tempo, desde o século 19, perdeu suas florestas no molde da catástrofe ambiental registrada na Mata Atlântica. O Centro de Endemismo Belém -- região entre Pará, MAranhão e Tocantins -- tem apenas 23% de cobertura florestal intacta. E esse pouco que existe, graças especialmente a reservas indígenas, está fragmentado.
O dado foi apresentado nesta sexta-feira, em Belém, por pesquisadores do Museu Goeldi e da ONG Conservação Internacional. Por um ano, eles compararam imagens de satélite a dados coletados em campo, para determinar exatamente qual é o status da vegetação nessa área. O resultado é um alerta para que outras áreas, especialmente, as expostas a atividades econômicas intensas, não cheguem a esse ponto de degradação.
A Amazônia é formada por um mosaico de regiões bastante distintas biologicamente, a despeito de visualmente parecer tudo a mesma coisa. O Centro de Endemismo Belém é uma das oito grandes peças que formam esse imenso quebra-cabeça florestal
Com 243 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do estado de São Paulo, ele tem 5,8 milhões de habitantes -- mais do que um quinto da população amazônica. Começou a ser explorado no século 19, mas a extração de madeira e a abertura de terreno para a agropecuária cresceram a partir da década de 90, com a inauguração de estradas como a BR-110 (Belém-Brasília) e a BR-316 (São Luís-Belém).
"O principal vetor para o desmatamento foi a construção das estradas sem a presença do estado na região. Havia problemas fundiários sérios. Uma coisa é abrir com governança, outra é ela não existir", diz a diretora do museu, Ima Vieira.
O resultado dessa explosão exploratório é que há apenas 33% de remanescentes florestais, dos quais 10% já passaram pelo corte seletivo (quando madeireiras tiram somente as árvores com valor comercial). O que ainda resta está dividido a grosso modo em dois nichos: o menos pertence a empresas, enqaunto o maior fica dentro de Terras Indígenas e unidades de conservação.
Evasão de recursosAo contrário do que aconteceu no Sudeste, onde a Mata Atlântica foi destruída em quase sua totalidade em nome do desenvolvimento, o Centro de Endemismo Belém é hoje uma região empobrecida. O lucro gerado pela venda de produtos florestais não permaneceu ali.
"A primeira onda econômica, de exploração, produziu riqueza por causa de especulação. Depois da queda do estoque, o dinheiro saiu para alimentar outras frentes de desmatamento", explica José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente de ciência da ONG Conservação Internacional. A pobreza leva à retirada ilegal de madeira das áreas protegidas.
Trinta espécies de plantas e animais que existem só nessa região estão ameaçadas de extinção. Talvez algumas até tenham desaparecido, pois não são vistas há décadas. "Se quisermos evitar a extinção dessas espécies, não podemos ser apenas proativos. Temos de ser ativos, atuar o mais rápido possível", diz Silva.
Os terrenos abandonados não retornam facilmente ao estado inicial. "As árvores não conseguem se regenerar em áreas abertas. Os fragmentos não se falam. Não há polinizadores", diz Ima. "É preciso formar corredores florestais para conectar os remanescentes."
Ima e Silva afirmam que o trabalho de conservação e recuperação dessa área deve ser feito com a ajuda das empresas que atuam na região, em busca de sustentabilidade, e do governo.

Globo.com
Cristina Amorim , 03/11/2006

(Isabela)

Corte Seletivo da Amazônia abre caminho para desmatamento


Sabemos que a Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas espécies, muitas delas nem sequer ainda identificadas pelo homem, desaparecem dia a dia.
Segundo pesquisas ,a estimativa é de que , quase 40 % das terras que sofrem a extração das árvores para fins comerciais acabam sendo devastadas por completo num prazo de 4 anos , quando não menos.
O corte seletivo merece grande atenção dos ambientalistas e de todos nós , cidadãos conscientes , pois este vem sendo anunciado como o '' prenúncio'' da devastação total dessa área explorada .
O que não colabora para a preservação e agrava ainda mais o problema é que ,como a mata não é toda derrubada (somente as espécies de valor comercial são cortadas e levadas a serraria), esta se torna '' invisível'' aos satélites e as estradas feitas pelos madeireiros acabam abrindo ainda mais caminhos para tais práticas.

(Isabela)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Casal britânico quer direito de escolher embrião surdo

O casal surdo deve passar por tratamento de fertilização e gerou polêmica.

Um casal britânico de surdos iniciou uma polêmica ao afirmar que quer selecionar um bebê com a mesma característica no processo de fertilização artificial ao qual deve se submeter.
Tomato e Paula Lichy se transformaram em ícones do movimento dos portadores de deficiência auditiva na Grã-Bretanha, que não considera a surdez uma deficiência, mas sim o primeiro passo para uma cultura rica, com sua própria linguagem, história e tradições. O casal já tem uma filha portadora de deficiência auditiva e quer ter uma outra criança. Paula, que já tem mais de 40 anos, provavelmente precisará de um tratamento de fertilização.
A Lei de Embriologia e Fertilização Humana da Grã-Bretanha não permite que casais que passem por tratamentos do tipo escolham os embriões que possam desenvolver algum problema, anormalidade ou condição médica, deixando de lado os embriões considerados normais.
"A questão central é que o governo afirma que pessoas surdas não são iguais às pessoas que ouvem", disse Lichy à BBC.

Polêmica
Segundo a lei britânica, se o casal se submeter ao tratamento e produzir apenas embriões portadores de deficiência auditiva, eles poderão implantar um destes - mas é pouco provável que não seja produzido nenhum embrião considerado normal.
Se o casal pedir para que os embriões sejam testados, eles serão obrigados a escolher o que não é portador da deficiência auditiva.
O teste dos embriões não é obrigatório, e o casal pode simplesmente apostar na sorte de que um embrião portador de surdez seja o escolhido.


Comentário sobre a matéria:
Ao se fazer uma fertilização artificial, automaticamente todos os outros embriões serão descartados ou congelados por tempo indeterminado , já que um embrião não pode se desenvolver sem um útero.
Por enquanto esse assunto ainda é considerado um tabu , principalmente pela igreja que considera os fetos como uma vida e que esta tem que ser preservada .
Preservada sim , mas não poderia ocorrer isso por outros meio? Nós biólogos temos o dever de preservá-la , então poderíamos usar esses embriões para outros fins já que eles seriam descartados e automaticamente “mortos”. E usando-os para pesquisas , mais vidas poderiam ser salvas .
Agora fica uma pergunta: porque os pais não podem escolher ? São eles que vão cuidar da criança , ainda mais essa sendo portadora de uma doença , do mesmo jeito que um casal normal gostaria de ter um filho saudável .
Essa situação não trairia a ética , pois uma vida seria gerada com sucesso.

(Marina)

segunda-feira, 10 de março de 2008

Código de ética

RESOLUÇÃO Nº 2, DE 5 DE MARÇO DE 2002
"Aprova o Código de Ética do Profissional Biólogo".

O CONSELHO FEDERAL DE BIOLOGIA - CFBio, Autarquia Federal criada pela Lei nº 6.684, de 03 de setembro de 1979 e regulamentada pelo Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983, no uso de suas atribuições legais e regimentais, considerando o decidido na 166ª Sessão Plenária, realizada dia 1º de dezembro de 2001, RESOLVE:

Art. 1º - Aprova o Código de Ética do Profissional Biólogo, anexo a esta Resolução.
Art. 2º - O presente Código entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL BIÓLOGO
PREÂMBULO

Art. 1º - O presente Código contém as normas éticas e princípios que devem ser seguidos pelos Biólogos no exercício da profissão.
Parágrafo único - As disposições deste Código também se aplicam às pessoas jurídicas e firmas individuais devidamente registradas nos Conselhos de Biologia, bem como aos ocupantes de cargos eletivos e comissionados.

CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais

Art. 2º - Toda atividade do Biólogo deverá sempre consagrar respeito à vida, em todas as suas formas e manifestações e à qualidade do meio ambiente.

Art. 3º - O Biólogo exercerá sua profissão cumprindo o disposto na legislação em vigor e na específica de sua profissão e de acordo com o "Princípio da Precaução" (definido no Decreto Legislativo nº 1, de 03/02/1994, nos Artigos 1º, 2º, 3º e 4º), observando os preceitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Art. 4º - O Biólogo terá como princípio orientador no desempenho das suas atividades o compromisso permanente com a geração, a aplicação, a transferência, a divulgação e o aprimoramento de seus conhecimentos e experiência profissional sobre Ciências Biológicas, visando o desenvolvimento da Ciência, a defesa do bem comum, a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida em todas suas formas e manifestações.

CAPÍTULO II
Dos Direitos Profissionais do Biólogo

Art. 5º - São direitos profissionais do Biólogo:
I - Exercer suas atividades profissionais sem sofrer qualquer tipo de discriminação, restrição ou coerção, por questões de religião, raça, cor, opção sexual, condição social, opinião ou de qualquer outra natureza;
II - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando o empregador ou tomador de serviços para o qual trabalha não oferecer condições mínimas para o exercício profissional;
III - Requerer ao Conselho Regional de sua Região desagravo público, quando atingido no exercício de sua profissão;
IV - Exercer a profissão com ampla autonomia, sem renunciar à liberdade profissional, obedecendo aos princípios e normas éticas, rejeitando restrições ou imposições prejudiciais à eficácia e correção ao trabalho e recusar a realização de atos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames da sua consciência;
V - Exigir justa remuneração pela prestação de serviços profissionais, segundo padrões usualmente praticados no mercado e aceitos pela entidade competente da categoria.

CAPITULO III
Dos Deveres Profissionais do Biólogo

Art. 6º - São deveres profissionais do Biólogo:
I - Cumprir e fazer cumprir este Código, bem como os atos e normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia;
II - Manter-se em permanente aprimoramento técnico e científico, de forma a assegurar a eficácia e qualidade do seu trabalho visando uma efetiva contribuição para o desenvolvimento da Ciência, preservação e conservação de todas as formas de vida;
III - Exercer sua atividade profissional com dedicação, responsabilidade, diligência, austeridade e seriedade, somente assumindo responsabilidades para as quais esteja capacitado, não se associando a empreendimento ou atividade que não se coadune com os princípios de ética deste Código e não praticando nem permitindo a prática de atos que comprometam a dignidade profissional;
IV - Contribuir para a melhoria das condições gerais de vida, intercambiando os conhecimentos adquiridos através de suas pesquisas e atividades profissionais;
V - Contribuir para a educação da comunidade através da divulgação de informações cientificamente corretas sobre assuntos de sua especialidade, notadamente aqueles que envolvam riscos à saúde, à vida e ao meio ambiente;
VI - Responder pelos conceitos ou opiniões que emitir e pelos atos que praticar, identificando-se com o respectivo número de registro no CRBio na assinatura de documentos elaborados no exercício profissional, quando pertinente;
VII - Não ser conivente com os empreendimentos ou atividades que possam levar a riscos, efetivos ou potenciais, de prejuízos sociais, de danos à saúde ou ao meio ambiente, denunciando o fato, formalmente, mediante representação ao CRBio de sua região e/ou aos órgãos competentes, com discrição e fundamentação;
VIII - Os Biólogos, no exercício de suas atividades profissionais, inclusive em cargos eletivos e comissionados, devem se pautar pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, probidade, eficiência e ética no desempenho de suas funções;
IX - Apoiar as associações profissionais e científicas que tenham por finalidade:
a) defender a dignidade e os direitos profissionais dos Biólogos;
b) difundir a Biologia como ciência e como profissão;
c) congregar a comunidade científica e atuar na política científica;
d) a preservação e a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
e) apoiar a pesquisa e o desenvolvimento da ciência;

X - Representar ao Conselho de sua Região nos casos de exercício ilegal da profissão e de infração a este Código, observando os procedimentos próprios;
XI - Não se prevalecer de cargo de direção ou chefia ou da condição de empregador para desrespeitar a dignidade de subordinado(s) ou induzir ao descumprimento deste Código de Ética;
XII - Colaborar com os CRBios e o CFBio, atendendo suas convocações e normas;
XIII - Fornecer, quando solicitado, informações fidedignas sobre o exercício de suas atividades profissionais;
XIV - Manter atualizado seus dados cadastrais, informando imediatamente quaisquer alterações tais como titulação, alteração do endereço residencial e comercial, entre outras.

CAPÍTULO IV
Das Relações Profissionais

Art. 7º - O Biólogo, como pessoa física ou como representante legal de pessoa jurídica prestadora de serviços em Biologia recusará emprego ou tarefa em substituição a Biólogo exonerado, demitido ou afastado por ter-se negado à prática de ato lesivo à integridade dos padrões técnicos e científicos da Biologia ou por defender a dignidade do exercício da profissão ou os princípios e normas deste Código.

Art. 8º - O Biólogo não deverá prejudicar, direta ou indiretamente, a reputação ou atividade de outro Biólogo, de outros profissionais, de instituições de direito público ou privado.

Art. 9º - O Biólogo não será conivente com qualquer profissional em erros, omissões, faltas éticas ou delitos cometidos por estes nas suas atividades profissionais.

Art. 10 - O Biólogo empenhar-se-á, perante outros profissionais e em relacionamento com eles, em respeitar os princípios técnicos, científicos, éticos e de precaução.

CAPÍTULO V
Das Atividades Profissionais

Art. 11 - O Biólogo deve atuar com absoluta isenção, diligência e presteza, quando emitir laudos, pareceres, realizar perícias, pesquisas, consultorias, prestação de serviços e outras atividades profissionais, não ultrapassando os limites de suas atribuições e de sua competência.

Art. 12 - O Biólogo não pode alterar, falsear, deturpar a interpretação, ser conivente ou permitir que sejam alterados os resultados de suas atividades profissionais ou de outro profissional que esteja no exercício legal da profissão.

Art. 13 - Caberá aos Biólogos, principalmente docentes e orientadores esclarecer, informar e orientar os estudantes de Biologia incentivando-os a observarem a legislação vigente e específica da profissão e os princípios e normas deste Código de Ética.

Art. 14 - O Biólogo procurará contribuir para o aperfeiçoamento dos cursos de formação de profissionais das Ciências Biológicas e áreas afins.

Art. 15 - É vedado ao Biólogo qualquer ato que tenha como fim precípuo a prática de tortura ou outras formas de procedimentos degradantes, desumanos ou cruéis dirigidos à quaisquer formas de vida sem objetivos claros e justificáveis de melhorar os conhecimentos biológicos, contribuindo de forma responsável para o desenvolvimento das Ciências Biológicas.

Art. 16 - O Biólogo deve cumprir a legislação competente que regula coleta, utilização, manejo, introdução, reprodução, intercâmbio ou remessa de organismos, em sua totalidade ou em partes, ou quaisquer materiais biológicos.

Art. 17 - O Biólogo deverá efetuar a avaliação e denunciar situações danosas ou potencialmente danosas decorrentes da introdução ou retirada de espécies em ambientes naturais ou manejados.

Art. 18 - O Biólogo deve se embasar no "Princípio da Precaução" nos experimentos que envolvam a manipulação com técnicas de DNA recombinante em seres humanos, plantas, animais e microrganismos ou produtos oriundos destes.

Art. 19 - O Biólogo deve ter pleno conhecimento da amplitude dos riscos potenciais que suas atividades poderão exercer sobre os seres vivos e meio ambiente, procurando e implementando formas de reduzi-los e eliminá-los, bem como propiciar procedimentos profiláticos eficientes a serem utilizados nos danos imprevistos.

Art. 20 - O Biólogo deve manter a privacidade e confidencialidade de resultados de testes genéticos de paternidade, de doenças e de outros procedimentos (testes/experimentação/pesquisas) que possam implicar em prejuízos morais e sociais ao solicitante, independentemente da técnica utilizada.

Parágrafo único: Não será observado o sigilo profissional previsto no caput deste artigo, quando os resultados indicarem riscos ou prejuízos à saúde humana, à biodiversidade e ao meio ambiente, devendo o profissional comunicar os resultados às autoridades competentes.

Art. 21 - As pesquisas que envolvam microrganismos patogênicos ou não ou organismos geneticamente modificados (OGMs) devem seguir normas técnicas de biossegurança que garantam a integridade dos pesquisadores, das demais pessoas envolvidas e do meio ambiente, tendo em vista o "Princípio da Precaução".

Art. 22 - É vedado ao Biólogo colaborar e realizar qualquer tipo de experimento envolvendo seres humanos com fins bélicos, políticos, raciais ou eugênicos, assim como utilizar seu conhecimento para desenvolver armas biológicas.

Art. 23 - Nas pesquisas que envolvam seres humanos, o Biólogo deverá incluir, quando pertinente, o Termo de Consentimento Informado, ou a apresentação de justificativa com considerações éticas sobre o experimento.

Art. 24 - É vedado ao Biólogo o envio e recebimento de material biológico para o exterior sem a prévia autorização dos órgãos competentes.

CAPÍTULO VI
Das Publicações Técnicas e Científicas

Art. 25 - O Biólogo não deve publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado ou atribuir-se autoria exclusiva de trabalho realizado em cooperação com outros profissionais ou sob sua orientação.

Art. 26 - O Biólogo não deve apropriar-se indevidamente, no todo ou em parte, de projetos, idéias, dados ou conclusões, elaborados ou produzidos por grupos de pesquisa, por Biólogos ou outros profissionais, por orientandos e alunos, publicados ou ainda não publicados e divulgados.

Art. 27 - O Biólogo não deve utilizar, na divulgação e publicação de seus próprios trabalhos, quaisquer informações, ilustrações ou dados, já publicados ou não, obtidos de outros autores, sem creditar ou fornecer a devida referência à sua autoria ou sem a expressa autorização desta.

CAPÍTULO VII
Das Disposições Gerais

Art. 28 - É vedado ao Biólogo valer-se de título acadêmico ou especialidade que não possa comprovar.

Art. 29 - As dúvidas na interpretação e os casos omissos deste Código serão resolvidos pelo Conselho Federal de Biologia, ouvidos os Conselhos Regionais de Biologia.

Parágrafo único - Compete ao Conselho Federal de Biologia incorporar a este Código as decisões referidas no "caput" deste artigo.

Art. 30- O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Biologia por iniciativa própria ou mediante provocação da categoria, dos Conselhos Regionais, ou de Biólogos, à luz dos novos avanços científicos ou sociais, ouvidos os Conselhos Regionais.

Art. 31 - Os infratores das disposições deste Código estão sujeitos às penalidades previstas no Art. 25 da Lei 6.684, de 03 de setembro de 1979 e demais normas sem prejuízo de outras combinações legais aplicáveis.

§ 1º - As faltas e infrações serão apuradas levando-se em consideração a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso.

§ 2º - As penalidades previstas são as seguintes:
I - advertência;
II - repreensão;
III - multa equivalente a até 10(dez) vezes o valor da anuidade;
IV - suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3(três) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 7º do Art. 25 da Lei nº 6.684/79;
V - cancelamento do registro profissional.

§ 3º - Salvo os casos de gravidade manifesta ou reincidência, a imposição das penalidades obedecerá à gradação deste artigo, observadas as normas estabelecidas pelo Conselho Federal para disciplina do processo de julgamento das infrações ético - disciplinares.

§ 4º - Na fixação da pena serão considerados os antecedentes profissionais do infrator, o seu grau de culpa, as circunstâncias atenuantes e agravantes e as conseqüências da infração.

§ 5º - As penas de advertência, repreensão e multa serão comunicadas pela instância própria, em ofício reservado, não se fazendo constar dos assentamentos do profissional punido, a não ser em caso de reincidência.

Art. 32 - Este Código entra em vigor na data de sua publicação.

(Isabela)

Perfil e áreas de atuação do biólogo


Perfil :
Ser -
a) generalista, crítico, ético, e cidadão com espírito de solidariedade;

b) detentor de adequada fundamentação teórica, como base para uma ação competente, que inclua o conhecimento profundo da diversidade dos seres vivos, bem como sua organização e funcionamento em diferentes níveis, suas relações filogenéticas e evolutivas, suas respectivas distribuições e relações com o meio em que vivem;

c) consciente da necessidade de atuar com qualidade e responsabilidade em prol da conservação e manejo da biodiversidade, políticas de saúde, meio ambiente, biotecnologia, bioprospecção, biossegurança, na gestão ambietal, tanto nos aspectos técnicos-científicos, quanto na formulação de políticas, e de se tornar agente transformador da realidade presente, na busca de melhoria da qualidade de vida;

d) comprometido com os resultados de sua atuação, pautando sua conduta profissional por critérios humanísticos, compromisso com a cidadania e rigor científico, bem como por referenciais éticos legais;

e) consciente de sua responsabilidade como educador, nos vários contextos de atuação profissional;

f) apto a atuar multi e interdisciplinarmente, adaptável à dinâmica do mercado de trabalho e às situações de mudança contínua do mesmo;

g) preparado para desenvolver idéias inovadoras e ações estratégicas, capazes de ampliar e aperfeiçoar sua área de atuação.


Competências e Habilidades :

a) Pautar-se por princípios da ética democrática: responsabilidade social e ambiental, dignidade humana, direito à vida, justiça, respeito mútuo, participação, responsabilidade, diálogo e solidariedade;

b) Reconhecer formas de discriminação racial, social, de gênero, etc. que se fundem inclusive em alegados pressupostos biológicos, posicionando-se diante delas de forma crítica, com respaldo em pressupostos epistemológicos coerentes e na bibliografia de referência;

c) Atuar em pesquisa básica e aplicada nas diferentes áreas das Ciências Biológicas, comprometendo-se com a divulgação dos resultados das pesquisas em veículos adequados para ampliar a difusão e ampliação do conhecimento;

d) Portar-se como educador, consciente de seu papel na formação de cidadãos, inclusive na perspectiva sócio-ambiental;

e) Utilizar o conhecimento sobre organização, gestão e financiamento da pesquisa e sobre a legislação e políticas públicas referentes à área;

f) Entender o processo histórico de produção do conhecimento das ciências biológicas referente a conceitos/princípios/teorias;

g) Estabelecer relações entre ciência, tecnologia e sociedade;

h) Aplicar a metodologia científica para o planejamento, gerenciamento e execução de processos e técnicas visando o desenvolvimento de projetos, perícias, consultorias, emissão de laudos, pareceres etc. em diferentes contextos;

i) Utilizar os conhecimentos das ciências biológicas para compreender e transformar o contexto sócio-político e as relações nas quais está inserida a prática profissional, conhecendo a legislação pertinente;

j) Desenvolver ações estratégicas capazes de ampliar e aperfeiçoar as formas de atuação profissional, preparando-se para a inserção no mercado de trabalho em contínua transformação;

k) Orientar escolhas e decisões em valores e pressupostos metodológicos alinhados com a democracia, com o respeito à diversidade étnica e cultural, às culturas autóctones e à biodiversidade;

l) Atuar multi e interdisciplinarmente, interagindo com diferentes especialidades e diversos profissionais, de modo a estar preparado a contínua mudança do mundo produtivo;

m) Avaliar o impacto potencial ou real de novos conhecimentos/tecnologias/serviços e produtos resultantes da atividade profissional, considerando os aspectos éticos, sociais e epistemológicos;

n) Comprometer-se com o desenvolvimento profissional constante, assumindo uma postura de flexibilidade e disponibilidade para mudanças contínuas, esclarecido quanto às opções sindicais e corporativas inerentes ao exercício profissional.

(Isabela)

Nomes falados em sala de aula (1) :


James E. Lovelock :

Nascido em 26 de julho de 1919, James Ephraim Lovelock é um pesquisador independente e ambientalista que vive na Cornualha (oeste da Inglaterra). A hipótese de Gaia foi sugerida por Lovelock, com base nos estudos de Lynn Margulis, para explicar o comportamento sistêmico do planeta Terra. A Terra é vista, nesta teoria, como um superorganismo.

Autor da Teoria de Gaia, James Lovelock era herói dos ecologistas. Agora ele causa polêmica ao defender que só usinas nucleares podem nos livrar de um desastre

(Por Eduardo Szklarz - Superinteressante (Brazil) - December 2004)

Quem diria. A energia nuclear, alvo histórico dos protestos ambientalistas, pode ser a chave para nos salvar do aquecimento global. Mais surpreendente ainda: quem defende a idéia é o inglês James Lovelock, uma espécie de guru dos ecologistas. Aos 84 anos, o cientista afirma que precisamos interromper imediatamente a queima de combustíveis fósseis, que piora o efeito estufa. "A única forma de energia imediatamente acessível que não causa aumento de temperatura é a nuclear. Não temos tempo para experimentar", diz. A idéia logo foi rechaçada por organizações ambientais como Greenpeace e Amigos da Terra. E fez o cientista ver renegado o apelido que ganhou da revista New Scientist: "Gandhi da ciência".
Na teoria que o consagrou, Lovelock descreve a Terra como uma espécie de superorganismo formado pela superfície, ar e oceanos. O planeta funcionaria como um sistema vivo capaz de regular a composição atmosférica, o clima e a salinidade dos mares, o que o manteria sempre adequado para a vida. Fez um baita sucesso com os verdes. O problema é que agora o aquecimento global agiria como uma armadilha para Gaia: o calor proveniente do efeito estufa gera ainda mais calor, num círculo vicioso.
Químico com doutorado em medicina e biofísica, Lovelock foi um dos primeiros ambientalistas a falar do aquecimento global, num relatório elaborado em 1989 para o gabinete da primeira-ministra inglesa Margaret Thatcher. Best sellers como As Eras de Gaia o tornaram um dos cientistas mais influentes do século 20, com títulos de doutor honoris causa em diversas universidades ao redor do mundo. Lovelock concedeu esta entrevista de sua casa em Launceston, na Inglaterra.

Por que usar energia nuclear e não outras formas tidas como ecologicamente corretas, como a eólica e a solar?
Seria ótimo se pudéssemos contar somente com essas fontes de energia, mas elas não satisfazem nossas necessidades. Se houvesse 1 bilhão de pessoas no mundo, bastaria usar as energias solar, eólica, hidrelétrica e uma quantidade modesta vinda da queima de madeira. Mas já somos mais de 6 bilhões e a população continua aumentando. A energia nuclear é limpa e não provoca aquecimento. Uma estação pode ser construída em três anos. É também uma fonte de energia altamente disponível, não está acabando nem ficando mais cara, como o petróleo.

Um desastre como o de Chernobyl, na União Soviética, não seria suficiente para banir as usinas nucleares?
Há muita mentira em torno desse assunto. De acordo com informes da ONU, houve 45 mortos em conseqüência da explosão do reator em Chernobyl. Quase todos eram trabalhadores da usina, bombeiros e integrantes das equipes que sobrevoaram o fogo para apagá-lo. Os 45 morreram principalmente devido à radiação recebida pelo reator aberto e pelos escombros altamente radioativos que se espalharam ao redor dele. Aqueles que moravam perto da usina foram expostos à radiação, mas continuam vivos. É verdade que alguns podem morrer antes do esperado com cânceres provocados por radiação, mas lembre-se: em 1952, 5 mil pessoas morreram em Londres, num único dia, envenenadas por fumaça de carvão. Estima-se que centenas de milhares morreram desde então em decorrência de câncer do pulmão causado pela inalação de substâncias cancerígenas na fumaça. Mas a mídia não fala da queima de carvão como causa massiva de tumores.

Por que, então, há tanta oposição ao uso da energia nuclear?
As pessoas sempre têm medo de algo. Antes, eram fantasmas e vampiros. Hoje, energia nuclear. A oposição baseia-se numa ficção hollywoodiana, na mídia e em lobbies do movimento verde.

Você sempre foi considerado um guru dos ecologistas e agora não perde uma oportunidade para criticá-los. Qual é o motivo desse desentendimento?
Os verdes são importantes, mas estão errados. Eles se preocupam com as pessoas e esquecem da saúde da Terra. Não percebem que somos parte do planeta e dependemos dele. Eu mesmo sou um verde, mas tento mostrar que estão errados sobre energia nuclear.

Ao quebrar átomos, as usinas nucleares não alteram o equilíbrio de Gaia?
Ao contrário. Se você olhar para o Universo, verá que sua energia natural é nuclear. Toda estrela é uma estação nuclear, inclusive o Sol. O único método anômalo de obtenção de energia é a queima de combustíveis aqui na Terra. É muito mais natural usar energia nuclear do que queimar carvão e mandar gás carbônico para a atmosfera.

Você pede o fim da queima de óleo e carvão. Mas muitos países, como o Brasil, têm na água a maior fonte de energia. Como a troca que você propõe mudará um quadro com tantas variáveis?
Concordo que diferentes países terão soluções distintas para o problema. Mas, no momento, usar energia nuclear é a saída mais acessível e realista para o aquecimento global. Estados Unidos, China e Europa precisam cortar imediatamente 60% do combustível fóssil queimado para não termos conseqüências desastrosas. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a temperatura no planeta aumentará em média 3,5 graus até 2100. Para comparar, na última era do gelo, que terminou há 12 mil anos, a média de temperatura era 3,5 graus menor que em 1900. Ou seja: a mudança até 2100 será comparável àquela entre a era do gelo e 1900. A floresta amazônica não existia naquele tempo. E ela pode também não existir no fim deste século.

Basear a eletricidade em energia nuclear não provocará uma exploração desenfreada de urânio que ameaçaria a natureza de países como o Brasil?
Não, porque as quantidades são pequenas. Um quilo de urânio produz aproximadamente 10 milhões de vezes mais energia que a mesma quantidade de carvão ou petróleo. Na verdade, o Brasil poderia ter benefícios econômicos com a mudança, tornando-se um grande provedor mundial de urânio.

E o que faremos com o lixo atômico?

O volume de lixo atômico de alto nível produzido pelas usinas nucleares do Reino Unido, em seus 50 anos de atividade, equivale a 10 metros cúbicos. É tamanho de uma casa pequena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa.

As usinas nucleares não podem se tornar alvo preferencial de terroristas?

Não creio. As estações nucleares estão localizadas em construções fortes. Parecem mais bunkers que edifícios normais. Tenho informações de que elas podem suportar o choque de um avião, por exemplo. O grande perigo em relação aos terroristas é que eles roubem plutônio ou urânio em quantidade suficiente para fazer uma bomba atômica rudimentar. Enormes estoques desses elementos foram armazenados na Europa, na ex-União Soviética e Estados Unidos durante a Guerra Fria.

Você acredita que as multinacionais do petróleo podem encampar sua proposta e produzir energia nuclear?
Certamente. Elas não se consideram companhias de petróleo, e sim energéticas. Não lhes importa de onde a energia vem, mas o lucro que conseguem nesse preocesso. Creio que elas poderiam, inclusive, investir na construção e operação de usinas nucleares.
James Lovelock
____________

• Tem quatro filhos e nove netos .
• A organização de sua lotada agenda é feita pela mulher, Sandy, que mudou duas vezes a data da entrevista com a Super .
• Gosta de escutar óperas de Wagner e Verdi .
• Tem mais de 50 inventos patenteados. O mais importante deles é o Electron Capture Detector, uma caixinha capaz de medir poluição .
• Acorda às 6 da manhã para escrever um livro sobre o aquecimento global e a energia nuclear .
(Isabela)

Início :)

Começamos a criar esse blog com o intuito de informarmos e discutirmos diversas questões polêmicas que cobram do biólogo uma decisão sábia já que com o avanço cada vez mais intenso da ciência , somos levados a decidir constantemente o que é ''certo e errado'' ,tendo muitas vezes como instrumento de trabalho, a vida .
De forma despretenciosa já que somos ainda ''iniciantes'' , porém válida por sermos seres pensantes e curiosos natos , procuraremos argumentar com base em pesquisas , livros e conhecimentos acrescentados pelo nosso professor Celso Sánchez qual seria a maneira mais correta de procedermos .
E já que este é o primeiro post , gostaria de explicar o nome do blog. A palavra ética , em sua gênese , significa a morada da alma.A ética é essencialmente especulativa. De maneira primária , seria o '' fazer bem a você mesmo, sem prejudicar ninguém''.
Pode-se afirmar também que Ética é uma Doutrina Filosófica que tem por objeto a Moral no tempo e no espaço, sendo o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana.
Portanto , concluimos que tanto a ética quanto a moral são os maiores bens que um homem pode carregar .Os dois tem o mesmo objetivo , que é respeitar e defender ,de acordo com seus princípios, cultura e valores o direito de vivermos dignamente.

Ética - ''conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social'' , ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.

. Moral - ''sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal''.





(Isabela)