domingo, 1 de junho de 2008

Dia Mundial Sem Tabaco

Dia 31 de maio, é o Dia Mundial Sem Tabaco. E neste ano de 2008, o tema da campanha Juventude Livre do Tabaco expressa a preocupação da OMS em estabelecer estratégias de ação para enfrentamento quanto a nuances da indústria do tabaco ao eleger, sutilmente, o público jovem como mantenedor dos seus lucros.

Cerca de 80 mil mortes por ano podem ser relacionadas com o tabagismo, no Brasil. No sistema público de saúde brasileiro, ocorreram, no ano de 2001, 600 mil hospitalizações por doenças que se relacionam com o hábito de fumar. O Brasil é o principal exportador de fumo no mundo.

O tabagismo é de longe a mais devastadora causa evitável de mortes prematuras da história, causando doenças graves, tais como câncer de pulmão, bronquite crônica, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Em relação às doenças do coração, o tabagismo aumenta a mortalidade em 50%; e os pacientes que continuam fumando após um infarto, apresentam aumento de até 47% na mortalidade em relação aos que param de fumar. Por outro lado, os estudos demonstram que os pacientes que param de fumar reduzem o risco na mesma proporção.

Os adolescentes podem ficar dependentes da nicotina antes mesmo de o fumo se tornar um hábito diário. A maioria, segundo especialistas, apresenta os mesmos sintomas da dependência de adultos que fumam há muitos anos, já depois dos primeiros dias ou semanas como fumantes.

O cigarro é a porta de entrada para o uso de drogas ilícitas. Os adolescentes fumantes entre 12 e 17 anos têm 50 vezes mais chances de usarem cocaína e 12 vezes mais propensão de usar heroína do que os não fumantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é preciso tomar medidas urgentes para evitar a dependência da nicotina.

Em muitos países, o uso do tabaco está aumentando entre jovens, enquanto a idade de início do hábito de fumar está diminuindo. Se os jovens não começarem a fumar antes dos 20 anos, provavelmente não vão fumar na fase adulta.

A Organização Mundial de Saúde adverte que de cada dois fumantes que começaram a fumar ainda jovens e continuaram usando cigarro, um morrerá por doenças relacionadas ao tabaco. Pesquisas apontam que na América Latina 150 mortes por ano são causadas pelo tabaco. E, no ano 2020, o tabaco vai matar 400 mil pessoas.

O cigarro contém 4.700 substâncias tóxicas e causa mais de 25 doenças. É responsável por 90% dos casos de câncer do pulmão, 80% dos casos de bronquite crônica e enfisema pulmonar, 25% dos casos de doença coronariana e de derrame.

O câncer está matando mais no Brasil e a incidência da doença este ano deve subir, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), divulgadas no ano passado. Entre mulheres, o câncer de pulmão deverá superar o câncer de colo de útero como um dos maiores causadores de mortes. Com base nas novas estatísticas, o Ministério da Saúde pretende intensificar a campanha de combate ao fumo.

A mortalidade feminina por câncer de pulmão quase dobrou desde 1980. Há 20 anos o índice era de pouco mais de duas mortes por cem mil mulheres. Em 1994, a taxa ultrapassou quatro. E em 2000 chegou a cinco mortes por cem mil mulheres.

No Brasil, pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde mostraram que os jovens experimentam seu primeiro cigarro cada vez mais cedo, principalmente as meninas. Isto mostra que, se eles continuarem usando cigarro regularmente, vão sofrer doenças cardiovasculares e câncer entre 30 e 40 anos, na fase mais produtiva da vida. Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 75% dos fumantes na América Latina passaram a consumir cigarro entre os 14 e os 17 anos.

Estudos no Brasil mostraram que, dos adolescentes que começam a fumar, cerca de 70% vêm de famílias em que os pais fumam ou permitem que seus filhos fumem. O tabaco é a segunda droga mais usada na infância e na adolescência, só perdendo para o álcool.

Além de todos esse problemas, o tabagismo ainda interfere no meio ambiente. A terra onde se planta tabaco fica rapidamente empobrecida, pois a planta do tabaco absorve grande quantidade de nutrientes levando-o à exaustão, além do uso constante de esterilizadores do solo, desbrotadores e agrotóxicos. Essas substâncias causam intoxicação e doenças nos plantadores e danos ao solo pelo acúmulo na terra, inviabilizando-a para o plantio de alimentos depois.

A região Sul detém 93% desta produção, onde o processo de secagem das folhas de fumo (cura) é realizado em estufas alimentadas por madeira. Esta madeira tem sido obtida há vários anos por extrativismo, diretamente da mata Atlântica, contribuindo para a redução da cobertura vegetal. Para curar cada quilo de tabaco são usados 25 kg de lenha. Assim, para curar o tabaco usado na fabricação de 300 cigarros, uma árvore é derrubada.

O cigarro, em face das evidências farmacológicas e toxicológicas, é um multitóxico que contém 4.720 substâncias agressivas ao organismo humano e ao meio ambiente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que a Poluição Tabágica Ambiental (PTA) é responsável por 85% da poluição do ar no ambiente interno.

O padrão de qualidade do ar interno para locais fechados, internacionalmente adotado e estabelecido pela OMS, é de até 9 ppm (nove partes por milhão de material particulado em suspensão no ar). Em ambientes fechados as medições feitas têm registrado, em média, 100, 200 e até 1.000 ppm, o que constitui um valor alarmante do ponto de vista ambiental e de saúde pública.



Conheça os componentes do cigarro:






1 - Contém ACETONA, removedor de esmalte
2 - Contém TIREBINTINA, que dilui tinta a óleo
3 - Contém FORMOL, conservante de cadáver
4 - Contém AMÔNIA, desinfetante para pisos, azulejos e privadas
5 - Contém NAFTALINA, eficiente mata-baratas
6 - Contém FÓSFORO P4/P6, usado em venenos para ratos

NICOTINA: que causa a dependência;

ALCATRÃO: material articulado composto por substâncias como arsênico, níquel, benzopireno, capazes de provocar câncer;

MONÓXIDO DE CARBONO: o mesmo que sai do cano de descarga do carro;

SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS: polônio 210 e carbono 14;

METAIS PESADOS: como o cádmio e o cromo, encontrados em baterias de carro;

AGROTÓXICOS: usados no cultivo das folhas de tabaco, como DDT;

OUTROS: substâncias irritantes dos olhos, nariz e garganta que diminuem a mobilidade dos cílios pulmonares etc.


Dicas para parar de fumar:

A pessoa que fuma fica dependente da nicotina; portanto, nos primeiros dias sem cigarro pode haver ansiedade, dificuldade de concentração, irritação, dor de cabeça, insônia e vontade intensa de fumar. Cada pessoa tem uma experiência diferente, uns têm mais desconforto e outros não sentem nada.

Não desanime, porque tudo vai desaparecer, no máximo, em duas semanas e as vantagens são compensadoras. Se você é fumante e quer deixar o cigarro, prepare-se para essa conquista e conheça algumas dicas importantes para obter sucesso, sobretudo no início do processo:

Ansiedade - Respire profundamente, mude os afazeres, pense em situações prazerosas.

Irritação - Ande; respire fundo, faça algo diferente do que estava fazendo.

Insônia - Tome um copo de leite quente ou chá natural, leia um pouco, pense em coisas relaxantes.

Tosse - Tome água ou sucos naturais.

Dor de cabeça - Relaxe; procure entender que faz parte da síndrome de abstinência e que passará logo, tome remédio se for muito necessário.

Fome - Faça refeições equilibradas com alimentos de baixa caloria (frutas, legumes, verduras), evite doces e alimentos gordurosos, beba muito líquido, de preferência água e sucos naturais, evite café e bebidas alcoólicas que podem ser um convite ao cigarro.

Vontade de fumar - Escove os dentes, chupe gelo, beba água gelada ou coma uma fruta. Mantenha as mãos ocupadas com objetos pequenos, procure distrair sua atenção. Saiba que essa fissura só dura alguns minutos e passa.

Estresse - Se resposta automática sempre foi o cigarro, busque outra forma de se acalmar; respire profundamente, pelo menos 10 vezes; caminhe.

Evite a ociosidade - Tenha sempre à mão algum passatempo, uma revista, um livro, faça uma caminhada, se ocupe em casa, ouça rádio.

Bares e restaurantes - Se prepare para esses encontros, antecipe o que vai pedir, se distraia e, se possível, evite o álcool.

Desânimo - Relembre o que motivou sua decisão de parar de fumar, pense nas vantagens em ser um não fumante; peça para familiares, amigos e colegas de trabalho ajudarem na sua decisão, inclusive evitando fumar ao seu lado.

Ao telefone - tenha caneta e papel por perto, rabisque, desenhe.

Gasto - Guarde diariamente o dinheiro que você gastaria com o cigarro, ao final de cada semana ou mês, compre um presente para você ou faça um programa diferente.

Para aqueles que desejam parar de fumar, a Secretaria Municipal de Saúde oferece tratamento em 76 unidades à população do município. Para mais informações, basta acessar o link http://saude.rio.rj.gov.br/tabagismo/

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